segunda-feira, 12 de abril de 2010

Algumas receitas antigas estão a correr o risco de se perder, pelo que é recomendável o seu registo ou, de preferência, que se mantenha o bom hábito de as ir fazendo "reviver" nas ocasiões mais ou menos oportunas. Estão, entre estas receitas, muitas daquelas que podem testemunhar as circunstâncias de tempo, a falta de meios e o engenho de quem, algum dia, lançando mão do possível, encontrou o segredo dos melhores sabores.

Pratos típicos da Meda

Gastronomia:

Azedas cruas, grelos à pobre, omelete de espargos, sopa de fiolho, caldo de cebola, sopa de beldroegas, caldo de cebola, salada de batatas com azedas, papas laberças, migas de alho, migas ripadas, bacalhau assado na brasa, arroz de pombo bravo, arroz de pato, esparregado de feijão verde, coelho guisado à Beira Transmontana, cabrito guisado, carolos, míscaros à moda da Beira Alta.

Doçaria

Cavacas de tigela, filhoses, biscoitos de leite (farta-brutos), rabanadas.

Omelete de Espargos Bravos



Corte as cabeças dos espargos à parte e salteei em azeite, junte os ovos batidos temperados com sal e pimenta preta e deixei os ovos cozerem e fica uma omelete deliciosa.

Salada de Batatas com Azedas



Ingredientes:


Azedas (planta selvagem que se apanha nas paredes ou bordas dos lameiros) batatas


Sal e água, azeite


Vinagre (para quem goste)


Confecção:


Lavam-se bem as azedas e cortam-se como a couve para o caldo verde.


Cozem-se as batatas em água e sal. Depois de cozidas, esmagam-se com o garfo e deixam-se arrefecer. Juntam-se as azedas e tempera-se com azeite e sal se necessário.


Serve-se fria.

Chouriças Caseiras



Ingredientes:


Carne de porco


Cominhos


Sal


Alho


Vinho


Louro


Pimenta


Tripas


Modo de Preparação:


Corta-se a carne e deita-se numa bacia, deita-se sal, alhos, pimenta, cominhos, louro e vinho. Fica 3 dias a marinar, enche-se a tripa e vai ao fumo.

Queijo de Ovelha



O queijo, como alimento lácteo que é, tem como principal matéria-prima o leite e resulta de uma sequência de transformações físicas e químicas que transformam o já por si completo alimento que é o leite num produto de valor acrescentado pelo seu sabor, textura, aspecto e forma diferenciados. É essa sequência de transformações que abordaremos, em particular no processo de fabrico do queijo de ovelha amanteigado.


O leite


Interessa começar por aquilo que é o ingrediente fundamental para a produção de queijo: o leite. Neste queijo de origem ovina o leite é utilizado cru – sem qualquer tratamento térmico – o que potencia a importância no controlo da matéria-prima sob pena de não se conseguir produzir um produto homogéneo e uniforme. A higiene assume uma importância extrema. Se o leite estiver contaminado com microrganismos nefastos à cura do queijo e, em última análise, a saúde do consumidor o fracasso da transformação é garantido.


Assim a saúde dos animais, as condições higiénicas da ordenha e o armazenamento do leite em condições de refrigeração e durante o menor espaço de tempo possível são factores que têm implicações na qualidade do queijo.


Convém ressalvar que o leite cru, independentemente das condições em que é recolhido possui uma flora natural. Esta flora consiste basicamente em bactérias lácteas características que são as responsáveis pela cura ou maturação do queijo que descreveremos mais adiante.


O facto do leite de ovelha ser trabalhado sem tratamentos térmicos é a garantia necessária que essas mesmas bactérias não são eliminadas e assim se garante que a cura ocorre da forma esperada. Além da flora bacteriana de que falamos, no leite existem ainda enzimas que são macromoléculas que funcionam como catalisadores de reacções químicas que ocorrem durante a fase de maturação do queijo. Também estas se desactivam na presença de calor e também têm um papel preponderante para satisfazer os requisitos desejados de um queijo.


O fabrico


O fabrico do queijo propriamente dito começa com a entrada do leite em cubas que podem ter diferentes tamanhos e formas mas que permitam a agitação do leite numa fase inicial e o corte da coalhada numa fase posterior. O leite deverá entrar na cuba a uma temperatura superior a 28ºC e inferior a 40ºC para que seja possível a formação da coalhada.



De uma forma geral, apesar de haverem variantes nas tecnologias de fabrico empregues entre queijeiros, preferem-se temperaturas mais baixas para conseguir queijos de pasta mole, apesar de temperaturas mais baixas prolongarem o tempo de coagulação.


Adiciona-se sal directamente ao leite para o interior da cuba com a finalidade de dar sabor ao queijo e, mais importante do que isso, inibir o desenvolvimento de algumas bactérias que podem prejudicar o processo de maturação e atrasar o desenvolvimento das restantes que assim se desenvolverão mais lentamente. Resta adicionar ao leite o cardo. O cardo (cynara cardunculus) é uma planta dicotiledónea cuja flor, de tons azul-violeta, possui enzimas coagulantes na sua constituição. Estas enzimas são proteolíticas, ou seja, têm a capacidade de promover a quebra de ligações químicas das proteínas do leite (em particular da caseína) e a temperatura óptima de actividade encontra-se entre os 28 e 40ºC já referidos. Como as proteínas são moléculas de cadeia comprida, a quebra de ligações dessas cadeias transforma as proteínas originais em cadeias peptídicas mais curtas que, na presença do ião Cálcio presente originalmente no leite, se aglomeram em micelas circulares com o Cálcio como elemento central do círculo micelar. Estas estruturas associadas aos glóbulos de gordura e retendo entre elas água e lactose formam a coalhada.


Macroscopicamente é notória a transformação do leite de líquido em gel. Esse gel, vulgo coalhada, é o resultado da coagulação da caseína.


Quando a coalhada está com a consistência pretendida procede-se ao corte da mesma. Esta operação resulta da necessidade de promover a saída do excesso de água da massa. Com o corte dá-se uma maior consistência à coalhada devido à saída da água (sinérese) para o meio líquido (soro lácteo). De forma resumida o corte implica a transformação do gel em duas fases imiscíveis:


- O soro - constituído essencialmente por água e ainda por lactose, alguma gordura e algumas proteínas (entre outras a lactoalbumina que coagula por calor dando origem ao requeijão)


- A massa – que consiste em estruturas de tamanho a rondar 1cm3, de aspecto gelatinoso que é o conjunto das micelas já descritas, com água, lactose e gordura.


Essa massa é então direccionada para os moldes que conferem a forma desejada do queijo (vulgarmente cilíndrica achatada). Colocada a massa nos moldes, esta sofre uma prensagem para que seja escorrido o excesso de soro que se envolve na massa facilitando a ligação entre as várias estruturas resultantes do corte para formar um produto compacto e homogéneo.


A salga


Feito isto, opcionalmente, completa-se a salga do queijo. A salga pode ser feita manualmente com sal granulado ou imergindo o queijo num banho de solução salina durante um determinado período de tempo (salmoura). A utilização de sal vai favorecer o sabor final do queijo (uma vez que o sal vai migrando para o interior do queijo) e retarda a acção das bactérias que desde a entrada do leite na cuba vão fazendo o seu trabalho.


Entenda-se por trabalho a transformação química da lactose em ácido láctico (esta reacção apesar de ocorrer em simultâneo com muitas outras é a mais frequente e preponderante para um factor importantíssimo: o pH). Estas bactérias produzem ainda enzimas que intervêm activamente no período de 30 a 40 dias de cura que um queijo de ovelha amanteigado exige.


Finda a salga do queijo o queijo é armazenado em câmara (s) de maturação.


A cura


Existem várias técnicas de maturação ou cura em que variam factores como o número de câmaras, os tempos de permanência em cada uma dessas mesmas câmaras, a humidade relativa e a temperatura e cada queijeiro define-as de acordo com a sua experiência e com a sua sensibilidade. Independentemente das condições em que a cura ocorre, é, por norma, sobre panos, que por sua vez estão assentes em tábuas de madeira, que o queijo é colocado.


Para que tal aconteça é essencial que, durante os pelo menos 30 dias que a cura demora, o queijo seja virado e lavado com frequência. As viragens não são mais do que alternar a face do queijo cilíndrico para que este tenha as duas faces idênticas e aparência simétrica e para que a humidade que se acumula, resultado do contacto com o pano e tábua não promova o aparecimento de bolores ou outros microrganismos.


A lavagem é essencialmente para eliminar um subproduto da maturação do queijo: a reima. A reima é uma substância viscosa e gordurenta que se forma à superfície do queijo, resultado de várias reacções químicas, e é exsudada durante todo o processo de cura e mesmo durante o tempo de vida comercial mantém-se a sua produção. Os cuidados com a remoção desta substância garantem um produto com o aspecto desejado, pois reduzem a probabilidade de ocorrência de bolores ou leveduras que dão ao queijo tonalidades diferente do amarelo bege pretendido.


A degustação


Ultrapassadas estas fases resta saborear o fabuloso bouquet de sabores e odores que caracterizam um queijo de ovelha e apreciar a importância da textura para intensificar o prazer desta iguaria. Deve comer-se à temperatura ambiente.

Pão de Centeio


Ingredientes:

250 gr de centeio, 500 g de farinha de trigo, 2/1 xícara(s)(chá)de leite, 2 copo(s) de água morna(s), 1/2 colher(es) (sopa) de sal, 2 colher(es) (sopa) de manteiga, 1 colher óleo milho


1 Colher(es) (chá) de açúcar, 1 tablete(s) de fermento biológico fresco


Preparação:


Massa; Dissolva o fermento no leite morno junte o açúcar e deixe levedar por 20 minutos, adicione os demais ingredientes intercalando com a água morna até sentir, que a massa desgrude das mãos. Coloque a massa numa tigela e cubra com plástico, deixe crescer por uma 1 hora. Torne a sovar bem a massa (de preferência apenas com as palmas das mãos para a massa não grudar), divida-a em duas partes e coloque em duas assadeiras tipo pão de forma untada.


Deixe crescer até dobrar de volume, pincele com água fria e leve ao forno quente (pré-aquecido) por uma 1 hora aproximadamente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arroz Doce


Ingredientes:

1,5l de leite

1 Pau de canela

1 Casca de limão

180g de arroz

2dl de água

150g de açúcar

40g de margarina

Sal e canela em pó

Preparação:

Coloque o leite ao lume com o pau de canela e a casca de limão e deixe ferver.

Deite o arroz num tacho, cubra com água e tempere com uma pitada de sal. Leve a lume brando até evaporar a água.

Vá adicionando o leite bem quente, a pouco e pouco, à medida que o arroz o for absorvendo, mantendo sempre o lume brando e mexendo de vez em quando.

Quando o leite acabar e o arroz estiver bem cremoso, junte o açúcar e mexa, deixe ferver mais um pouco cerca de 2 ou 3 minutos.

Retire do lume e junte a margarina.

Coloque numa travessa funda ou em taças individuais. Enfeite com canela em pó.