A alguns anos atrás em conversa com o senhor Zé Bernardino, morador na enxameia, sapateiro de profissão. Contou-me que em tempos remotos passaram por aquela localidade, que anda anexa aos gatos. Uns senhores dizendo que eram emigrantes e que iam com destino ao santo amaram. Mostrando-se já um pouco cansados da caminhada assim como quem não quer nada, deram a entender que queriam ficar por aí essa noite. E como na enxameia há gente humilde e acolhedora deram estadia aos simpáticos emigrantes. Ali comeram e beberam o resto da tarde. Quando estavam já de barriga cheia adormeceram até ao outro dia de manhã. Na manhã seguinte bem cedinho preparam-se para partir. Mas como o caminho até ao santo amaro era ainda bastante longo, o dono da casa não os deixou partir, sem que comessem alguma coisa. E eles assim fizeram, porque quem vai p´ró mar, amanha-se em terra. Lá comeram e beberam até se fartar. Mas quando iam sair o dono da casa exclamou:
- Então, não querem comer mais?
- Não, bem haja, já temos a barriga cheia!
- Então enchão os bolsos!
Lá fizeram a vontade ó senhor, atacando os bolsos sobejando ainda alguma coisa de cima da mesa. E um perguntou:
- Onde levamos o resto?
Responde-lhe o outro de imediato:
- Enche a meia!
E assim partiram baptizando aquela simpática terra como “Enxameia”.
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